quinta-feira, 11 de julho de 2019




Políticos de Palmo e Meio




No dia 12 de junho, realizámos, na Câmara Municipal do Entroncamento, uma sessão semelhante à que é praticada, regularmente, com os vereadores para discutires e decidirem sobre os problemas do concelho.
A esta atividade deram o nome de “Políticos de Palmo e Meio”.
A nossa turma, o 4º D, falou sobre o tema da Multiculturalidade, porque é este o tema do nosso projeto OSOS.
Esta foi a nossa intervenção, como participantes:

À cidade do Entroncamento chegam pessoas de diversas partes do mundo, com outras culturas diferentes da nossa, à procura de melhores condições de vida. A população da nossa escola – Escola Básica do Bonito - é o reflexo desta realidade. Na nossa turma – 4º D - há alunos com ascendência ucraniana, brasileira, sãotomense e angolana e, por esse motivo, desenvolvemos um projeto a multiculturalidade como sinónimo de acolhimento e conhecimento de outras culturas. O nosso projeto chama-se “Todos Somos Escola” e permitiu ficarmos a saber mais sobre o país e a cultura dos países de proveniência dos nossos colegas. Logo no início do nosso projeto, lançámos duas questões: ”Quem somos?” e “Quantos somos?” e fomos procurar resposta junto do Ex.mo Senhor Presidente da Junta de Freguesia de Nossa Senhora de Fátima, que, na altura não dispunha de dados rigorosos. Na expectativa de conseguirmos agora esses dados, voltamos a perguntar:
Quem somos? Quantos somos?
Quais são as necessidades e os interesses mais comuns dessas comunidades?
Que medidas tem tomado a Câmara Municipal do Entroncamento no sentido de melhor acolher e atender essas comunidades que nos procuram na esperança de terem aqui, melhores condições de vida?
De que forma tem, a autarquia, explorado a diversidade cultural que a chegada dessas pessoas representa, no sentido de enriquecer económica e culturalmente o nosso concelho?
A comunidade cigana tem um peso relevante no nosso coletivo dado o número significativo dos seus membros e a especificidade marcante da sua cultura. O que tem feito a Câmara Municipal do Entroncamento para quebrar o isolamento e integrar esta comunidade?

O Sr. Presidente da Câmara, em resposta, começou por reconhecer a importância e a oportunidade do tema, pois o Entroncamento recebe muitas pessoas vindas de outros países. A sua própria formação também se ficou a dever à vinda de pessoas de todo o país, que, na sua maioria chegaram para trabalhar nos Caminhos de Ferro. Este facto é motivo de orgulho porque significa que a cidade pode oferecer boas condições de vida a todas as pessoas, nomeadamente, melhor emprego, mais saúde, melhor habitação… E também é sinal de que as pessoas do Entroncamento são acolhedoras, são solidárias e que têm uma boa perspetiva de vivência da cidadania. O Senhor Presidente referiu a importância destes valores serem trabalhados na escola e ficou muito agradado com o facto deste tema ter sido tratado ao longo do ano pela nossa turma e de ter sido desenvolvido no âmbito de um projeto integrado numa plataforma com projeção internacional.
Respondendo à primeira questão, o Senhor Presidente disse-nos que a população do Entroncamento ronda os 21000 habitantes e realçou o facto de haver muitos jovens com um nível de escolaridade alto, em relação a outros concelhos do distrito de Santarém. De outros países, residem no Entroncamento cerca de 650 pessoas de 40 países diferentes, sendo que a maioria – entre 250 a 300 – são brasileiros. As comunidades mais numerosas, para além da brasileira, são a cabo-verdiana, a angolana e a ucraniana.
No sentido de melhorar o acolhimento de estrangeiros, o Senhor Presidente informou-nos que irá ser criado um Gabinete de Apoio ao Imigrante, que tem como objetivo encaminhar as pessoas de forma a conseguirem ter acesso a emprego, a casa, à saúde e segurança.
Por outro lado, está a funcionar o programa CLDS – 3 G do Entroncamento que é um projeto de intervenção social com a missão de promover a inclusão social dos munícipes.
O projeto é dirigido a toda a população do concelho, nomeadamente: jovens desempregados e/ou à procura do 1º emprego; empreendedores; pais/famílias; crianças e jovens; idosos em situação de isolamento; pessoas portadoras de deficiência e/ou incapacidade; empresários/instituições e entidades empregadoras.
Referiu que o Entroncamento acolheu o ano passado o evento internacional World Creativity Day (Dia Mundial da Criatividade), que mobilizou a comunidade brasileira residente. O Dia Mundial da Criatividade pretende envolver, através de atividades abertas ao público, o maior número de participantes acerca da temática. No Entroncamento, a intenção foi promover e fomentar a criatividade, valorizando artistas e empreendedores locais. A primeira edição contou com atividades, como painéis de debates, espetáculos, exposições, workshops, e palestras.
Por fim, o Senhor Presidente falou sobre a geminação que temos com o Município de Mosteiros, situado na Ilha do Fogo em Cabo Verde, desde 22 de maio de 1997. Esta parceria visa incentivar a cooperação entre as cidades e a aproximação mútua entre os seus cidadãos, sendo, sobretudo, a oportunidade de reforçar laços históricos e culturais, assim como reconhecer um interesse mútuo no comércio, indústria e educação.


segunda-feira, 10 de junho de 2019

Conhecendo melhor o Entroncamento... 
Para podermos aproveitar melhor a beleza dos ambientes que nos são próximos.


Na semana passada usufruímos de momentos relaxantes, percorrendo espaços de beleza natural e que não conhecemos tão bem como seria de desejar, pois são sítios que nos inspiram calma, tranquilidade e equilíbrio interior. Falamos do Parque Verde do Bonito, aqui mesmo, à porta da nossa escola.





Pois é, logo na 2ª feira pusemo-nos a caminho do parque e fomos parando pelo caminho para:
  • identificar algumas árvores autóctones;
  • distinguir árvores de arbustos e ficar a saber alguns nomes e características;
  • ler o mapa do parque e localizar alguns pontos de referência;
  • sentar num recinto em anfiteatro e relembrar as suas origens e funções, assim como as suas características - um pouco de história...;
A meio da manhã fizemos uma pausa para lanchar e, a seguir, fizemos alguns jogos. 
Por fim, olhámos para as árvores como seres vivos com os quais partilhamos este planeta lindo, verde e azul, onde vivemos. Sentimos esta irmandade com a natureza, fruto do saber que somos filhos duma mãe comum - A TERRA. Olhamos, ouvimos, sentimos e abraçámos tudo o que nos rodeava. 
A professora Paula Pinto do Ensino Especial acompanhou-nos e teve uma participação muito ativa e interessante nesta caminhada.
Quando chegámos à escola ficou prometida outra caminhada. Desta vez a professora Paula Pinto, apaixonada e conhecedora dos trilhos da terra, prometeu-nos uma ida à nascente de uma das ribeiras que alimenta a albufeira do Bonito - a ribeira do Bonito.
E assim foi, na 5ª feira pegámos nas lancheiras e partimos. Desta vez, contámos também com a companhia da Psicóloga da escola, a Dr. Joana que nos guiou até ao lugar mágico da nascente. Sentimo-nos seres fantásticos neste recanto verde e húmido que só pode ser cenário de contos maravilhosos. Sentados em pedras, ouvimos a professora Paula contar a lenda desta fonte. Ou será de todas as fontes?
Era uma vez um homem que, na esperança de enriquecer, pôs-se a caminho da fonte, em plena noite de breu, com um saco às costas e uma picareta ao ombro, Chegado ao local, começou a escavar junto da fonte, em busca do tesouro desejado. Escavou, escavou, até que... a picareta bateu em algo rijo e não podia ser senão... o tal tesouro.
Nessa altura, ouviu o trote de um animal que se aproximava e que deixou o homem paralisado de tanto medo que sentiu. E no meio daquele breu ficou. 
Quando acordou já o Sol ia alto. Desanimado, voltou para casa sem vontade de repetir a experiência. Pobre ficou e assim viveu até ao fim dos seus dias.











sexta-feira, 31 de maio de 2019



Visita ao Museu Nacional Ferroviário
A primeira coisa que vimos quando entramos no museu foi um vídeo onde um senhor que se chamava Sr. Vapor falava sobre os primeiros comboios no mundo.
A seguir fomos ver outro vídeo que dizia a velocidade dos comboios, os seus nomes, os seus criadores e o país onde foram construídos, desde o mais antigo ao mais moderno.

Nós vimos miniaturas de comboios, peças de comboios e ficámos a saber de alguns factos sobre a história dos comboios em Portugal. Também passámos ao pé de comboios a vapor.

Nós vimos o Comboio Real Português e descobrimos que em 1850 já havia comboios. O Comboio Real Português é o comboio onde os reis de Portugal viajavam. E também pudemos observar o mobiliário da sala de espera destinada à família Real.
Descobrimos um mini comboio que ainda funciona. Este comboio pertencia aos príncipes. Eles deviam divertir-se imenso, enquanto passeavam pelos jardins do palácio no seu minicomboio.
Na rotunda das locomotivas estão estacionadas várias locomotivas antigas do Museu.
O comboio presidencial era para transportar o presidente da república entre 1930 e 1970. Este comboio também transportava os membros do governo que o acompanhavam. Tinha uma carruagem para reuniões, outra carruagem para refeições, outra para os senhores que faziam a segurança e também havia a carruagem onde viajavam os jornalistas.
Vimos bilheteiras e os bilhetes antigos e também vimos as balanças antigas onde se pesavam as mercadorias que os comboios transportavam. Ao pé havia um cofre, onde se guardavam documentos e também algum dinheiro.





terça-feira, 28 de maio de 2019

Querendo saber mais...

Não há período da vida mais marcante do que a infância. E se a infância dos alunos é vivida aqui no Entroncamento, a dos pais dos meninos foi passada em diversos locais do país e até mesmo no estrangeiro.
Os locais, as cores, os sabores, as sensações, as vivências passadas dos adultos são também um património para as crianças,que nem sempre é partilhado.
No contexto deste nosso projeto, gostávamos que esse património constituísse uma reserva de aprendizagem e de motivação para todos nós.
Lanço daqui um desafio aos pais: que, através de um texto escrito nos dêem a conhecer as suas percepções de infância sobre a terra onde nasceram.
Em jeito de quem atira a primeira bola, aqui está o meu texto que partilho com todos vós.




A terra onde nasci




Nasci e cresci em Angola, uma terra de abundância e generosidade.
A cidade onde nasci localiza-se no planalto central e, como esteve para ser a capital do país, chamaram-lhe Nova Lisboa.
No Huambo nasci e cresci até aos dois anos, mas, do centro de Angola até às terras do fim do mundo ao sul, passei por praias, matas, cidades e vilas, num país imenso em tamanho e qualidades.
Do Huambo passei para Benguela, onde, logo de manhã, pela mão das minhas irmãs, rumava à Praia Morena, em tempo de férias. Sabia de cor a macieza das areias finas por onde se esgueiravam as quitetas ao roçar dos pés, enquanto a onda regressava ao mar. Ao domingo íamos muitas vezes para outras paragens, também de mar. A Baía Azul confundia-nos, pois era difícil distinguir a linha do horizonte, tal era o azul celestial do mar e o cheiro a maresia que vinha do céu.



Era um dia passado entre brincadeiras, descobertas sempre excitantes, muito convívio com aqueles que eram os nossos companheiros de viagem, mas também com os pescadores e as peixeiras. As donas de casa aproveitavam para fazerem o abastecimento em peixe; peixe que não era vendido segundo a espécie ou o peso, era à cesta ou ao caixote. A miudagem não deixava escapar os caranguejos que fugiam das malhas da rede, mas não tinham a sorte de voltar ao mar.
Fui, a seguir, para o norte, para a cidade de Malanje, terra de mistérios e de feitiços, onde, além das bonecas, muito brinquei e aprendi com os meninos da minha rua e os bichos do quintal. À noite apanhava gafanhotos para dar às galinhas no outro dia de manhã. E também ouvia histórias das vidas de todos nós, mas também histórias fantásticas de gente aventureira e batalhadora e rumores de histórias escondidas para criança não ouvir. Já na cama, o meu medo estava no ventar ameaçador da enorme mangueira a fazer-me lembrar de perigos longínquos que, com a noite, se faziam próximos.
Ao domingo à tarde, passeávamos num barco tosco no lago da Casa do Gaiato. E ganhava novos companheiros que eram tantos quantos os esconderijos da apanhada.
Às vezes fazíamos piqueniques nas margens do grande rio Kuanza. Era um mundo infinito de coisas por descobrir. Era sobretudo a água que exercia o meu fascínio, água límpida, imaculada que saltava de pedra em pedra ou da grande fenda do Kalandula.



Em Malanje entrei na escola e aprendi como era o comportamento e a aprendizagem num novo contexto. Com rigor e disciplina, comecei a aprender de caderno e lápis. Lembro-me que me convenci de vez que, dentro da sala de aula, não devia andar pelos quintais a subir às árvores ou a espreitar o ninho dos coelhos, quando vi os olhos arregalados da minha professora ao ouvir o assobio que, sem querer, saiu da minha boca.
Por fim, cheguei à grande cidade. Já andava no liceu e as brincadeiras começaram a ser mais sérias. Foi o tempo de passar a noite na praia, para assistir à chegada das grandes tartarugas que regressavam para desovar. Foi o tempo de começar a conhecer o mundo social e de tomar as primeiras opções.
Foi também o tempo dos bailes e dos espelhos que começaram a olhar para mim; foi o tempo das grandes amizades que perduram apesar do afastamento; foi o tempo do primeiro piscar de olho; foi o tempo das primeiras grandes desobediências, que o desejo de autonomia trazem.
A minha infância e a minha adolescência, temperadas com jindungo e óleo de palma, pintadas com as cores fortes e garridas da terra vermelha, suadas de calor e humidade, feitas de horizontes largos e magníficos com que Deus dotou a Natureza é um capital de reserva que me pertence e que determina o que sou e quanto sou.






Mª de Nazaré Sousa
Professora Titular da turma do 4º D




"Cesse tudo o que a Musa Antiga canta"

L. Camões, in Lusíadas

Tarde nostálgica na margem dos rios. À margem dessas margens, de um e outro lado, repousa o olhar. Espelho (hoje) verde, profundo, tranquilo de águas brandas. 
Percorro caminhos de infância até chegar à casa branca frente a uma dessas margens. O tempo para. Não vejo o ar abandonado, mas a casa alta de portas e janelas de madeira e cortinas de renda. Em frente, uma faixa de terra cultivada de milho, separa-a do canavial que esconde a curva do Tejo.

Chamávamos-lhe, simplesmente, "o rio". Quando, no Inverno, a água transbordava enchendo a zona baixa da vila, detinha-se aos pés da casa. Uns degraus de pedra calcária elevavam-na e, por ali, vigiavam o avanço das cheias ameaçadoras do Ribatejo.
Vejo-me na "minha casa". Vejo-me nela e fora dela. Recordo uma vinda da escola, numa tarde amena de Primavera. Naquele tempo, usava uma bata imaculadamente branca e engomada. Não compreendi, bem, mas uma sensação estranha de estar presa nas suas pregas, invadiu-me. Tive medo de chegar a casa. Uma ambulância militar verde (ou seria azul? Nunca perguntei porque era verde e não azul) com uma cruz vermelha inscrita em círculo branco, estava parada à porta. Foi a primeira vez que percebi que os corações podem parar...
Entro em casa.
De todos os espaços, recordo aquele a que eu chamava "quarto dos brinquedos". Não que fosse um quarto destinado a brinquedos, mas apenas porque era o quarto que continha os "meus brinquedos". Não era um quarto de dormir. Ninguém lá dormia. Apenas as minhas bonecas e as bonecas da minha irmã. Os meus brinquedos "ao monte", as suas "casinhas de bonecas" organizadas.
Que diferença...
Ela, já muito "caseira" e feminina, arrumava as loiças de porcelana que o pai tinha trazido de África. Tinha bules e canecas com pires. Em tom de azul e branco. Uns sofás em miniatura de um material entrançado e castanho. As bonecas sempre bem vestidas e penteadas. Tudo com horas e regras. Fazia chá e comida imaginária nos tachinhos que colocava no fogão de brincar. As minhas, pobres desgraças, sem roupas, de bocas rasgadas pelas tesouradas e braços picados pelas agulhas. Descabeladas. Despenteadas. Sujas no interior pelos líquidos que lhes enfiava boca abaixo. Enfaixadas com trapos e farrapos que ia cortando de meias velhas ou restos de tecido que sobrava dos vestidos costurados pela mãe da Joana.
Havia uma janela do género "águas-furtadas" sobre o telhado do terraço que ficava do lado da cozinha. Por ela via uma laranjeira enorme, de copa muito verde e redonda. Os ramos mais altos ultrapassavam as primeiras telhas, mercê, do terraço estar num plano mais baixo que o quintal. Pouco me atrevia por lá. Nem o lago que o meu pai tinha construído para os patos vencia o meu receio de me aventurar por ali fora...
Vestidos iguais, em manas diferentes. Ela, com sentido de organização, mandava sentar-nos nos degraus que desciam do terraço para um portão grande de madeira. Nele, como se fosse um quadro escrevia com giz o abecedário e exigia que acompanhássemos a lição. Nós, eu, a Lurdinhas, a Blita e a Luzinha, mais uma garota da qual não me recordo o nome, mas acho que era Anabela, sentávamo-nos nos degraus da escada, como se fosse um anfiteatro. Ai de quem não estivesse atenta à professora!
Vocações nascidas na infância. Ainda hoje tem olhos verdes e uma vontade imensa de ensinar. Eu, tenho olhos castanhos e não "corto" bocas a bonecas. Percebi que, talvez, não fosse esse o meu caminho. Qual seria? Não sei. Ainda o estou a percorrer, como percorro, errante, os quartos da minha casa branca e alta de infância.

Ela conserva algumas louças de bonecas que escaparam aos meus descuidos. Eu, desse tempo, quase nada conservo para além de memórias, lembranças de cheiros de laranjeira e torta de chocolate. Conservo a imagem do quarto de brinquedos e o receio das escadas do sótão; as idas à biblioteca com ela e as horas passadas a devorar os livros do "Pequenu";
Ambas conservávamos umas bonecas, iguais, que o pai comprou na terra de clima mais quente (tínhamos sempre prendas iguais). Caracóis louros, vestidos cor-de-rosa (depois em tom de azul que a mãe fez) e um mecanismo ultramoderno, a pilhas, que as punha a andar.
A boneca da minha irmã está em casa. A minha não está comigo.
 Nasci em Vila Nova da Barquinha. Entre esse momento e presente decorreu uma vida. Que vida! Que vida…
Entre A Barquinha e a escola “Bonita” onde escrevo há uma ponte de saudade.
Esta não sou eu. É uma parte de mim.

 Professora Paula Pinto      
Professora da Educação Especial


   A história de infância da mãe da Sofia Gaspar Pires, a Estela
Eu sou a Estela, nascida e inicialmente criada numa pacata vila no coração do Ribatejo, a Chamusca.
Era muito pequenina quando os meus pais de divorciaram, tinha cerca de 2 anos e, entre conflitos familiares e o “vai para lá” e “vem para cá”, habituei-me a viver por aqui e por ali.
Quando era pequena passava muito tempo em casa dos meus avós maternos, juntamente com os meus primos. Durante o Verão, passávamos a vida a brincar na rua, descalços, ao jogo do elástico, à apanhada, à cabra cega… parecia que os dias eram infinitos e que o tempo passava muito devagar!
A minha escola primária (1º ciclo) foi toda em Almeirim, onde a minha mãe trabalhava como barbeira. Fiz lá muitos amigos e, desde cedo, habituei-me a ir e a vir sozinha da escola para o salão da minha mãe.
Os fins-de-semana eram passados com o meu irmão, o meu pai e a minha madrasta, a Lídia, que sempre me criou como se fosse sua filha. Tínhamos uma boa relação!
O meu pai é músico e, de certa forma, sempre enveredou pela vida de artista! Eu adorava assistir e participar nos ensaios! Tinha aulas de música (ele era o professor, dava aulas em vários sítios) e eu acompanhava-o sempre!
Quando fui para o ciclo (2º ciclo), fui viver com a minha mãe, a minha irmã e o seu pai, para Coimbra. Foram tempos difíceis, não conhecia ninguém e sentia-me muito perdida numa cidade tão grande!
Depois, regressei à Chamusca e, por lá fiquei, desde o meu 6º ano até terminar o secundário. Fiz muitas amizades, que ainda hoje perduram…uma delas foi com o pai das minhas princesas, o Adelino, que era da Chamusca também.
O meu avô era o coveiro da Chamusca e vivia numa casa junto ao cemitério! Passei lá toda a minha infância! Podem não acreditar, mas o cemitério pode ser um lugar cheio de magia e aventuras! Desde os coelhinhos, aos sardões, ninhos de corujas, cobras, centopeias e sapos! Havia todo um mundo de coisas para descobrir e explorar! A minha mãe sempre me ensinou a respeitar a natureza e os animais e, ainda hoje, gosto de apreciar as asas de uma borboleta e o cantar de um passarinho.
A minha avó, que sempre foi muito lutadora e dedicada às lides domésticas, ensinou-me também muitas coisas! Como fazer um bolo, descascar uma batata ou varrer o chão!
O facto de ser filha de pais separados deu-me um leque de experiencias e vivencias. Fui criada por uma grande família e todos me deram um bocadinho de si e me ensinaram diferentes perspetivas e opiniões. Acho que a vida é isso mesmo, aproveitar tudo o que nos rodeia e aprender a crescer.


A história de infância do pai da Sofia Gaspar Pires, o Adelino
A 31 de Março de 1979, não dei tempo à minha mãe de chegar à maternidade, tendo nascido na ambulância dos bombeiros da Chamusca, no local onde lhe foi possível parar, no nicho dos Riachos.
Pese embora não ser o meu local de nascimento, a minha naturalidade é a vila da Chamusca.
Na Chamusca, foi onde passei toda a minha infância, dividida entre o campo (lezíria), a charneca e o rio (Tejo).
Sendo o meu avô agricultor, acompanhava-o nas suas jornadas, absorvendo muitos dos seus ensinamentos, quer sobre plantas e árvores, quer sobre os animais, os quais ainda hoje preservo.
Antes da idade escolar, os dias eram passados em brincadeira, com os inúmeros amigos e vizinhos, apenas nos deslocávamos a casa, por imposição de horários dos pais ou porque a barriga assim o mandava.
Chegado o tempo da escola, lá fui, como que um pássaro que prendem numa gaiola, mas depressa me ambientei, novos amigos, novas brincadeiras e a contar os dias para as férias grandes.
Com o avançar da idade, as férias eram passadas entre amigos, ora na charneca, com aventuras que levavam várias horas e muitos quilómetros calcorreados entre sobreiros e pinheiros, ora no campo, onde na época da fruta nos deliciávamos a colhê-la das árvores.
O campo por sua vez, levava-nos ao mítico rio Tejo, que para os nossos pais era a proibição que se encontrava acima de todas, mas valia muito a infração cometida pelos banhos de água tépida que nos proporcionava.
As férias de Verão eram sinónimo de noites quentes passadas no Miradouro da Senhora do Pranto onde crianças se juntavam até horas tardias e jogavam futebol no adro da igreja ou às escondidas. Os adultos aproveitavam a brisa fresca da noite e colocavam a conversa em dia.
Aos 13 anos, nas férias de verão, juntamente com os meus amigos, fomos apanhar tomate, talvez se possa dizer que foi o meu primeiro trabalho, o qual consistia em apanhar tomate para uma caixa.
O trabalho, se é que assim se pode chamar, durou cerca de 3 semanas e, na maioria dos dias, apenas no período da manhã, pois à tarde tínhamos de aproveitar as recém-inauguradas piscinas da Chamusca.
Terminado o secundário e sem ambição de continuar a estudar, comecei então a trabalhar como ajudante de serralheiro.
E assim, foi a minha infância, na mais bonita vila do Ribatejo, a Chamusca.   

A minha terra, a minha gente
Nasci e cresci em Portugal, um país cheia de história.
Nasci na lindíssima cidade de Tomar, sede do concelho da região centro do país, situada nas bonitas margens do Nabão.
cresci numa aldeia situada nos arredores da cidade de Tomar, pelo que a minha infância foi passada entre a aldeia e a cidade, duas realidades bem diferentes.
Na minha aldeia, juntava-me aos amiguinhos da minha rua, e brincávamos como se não houvesse amanhã. Entre o jogar às escondidas, o jogar à bola, adorava trepar às árvores e espreitar os ninhos, Ainda me lembro  do dia em que subi a uma oliveira, e depois desatei a chorar porque não consegui descer, Os amiguinhos lá foram chamar a minha mãe e ela fez-me prometer que não voltava a subir às árvores. No dia seguinte já estava a quebrar a promessa.
Ainda me lembro das histórias que os mais antigos da aldeia contavam, histórias intrigantes, que me faziam sonhar e me levavam a lugares longínquos.
Quando entrei para o jardim de infância, fiz novas amizades, das quais algumas perduram até aos dias de hoje, apesar da distância.
Na primária, veio o gosto pela leitura, a professora trazia livros de aventuras, vivia intensamente aquelas histórias, tentava transpo-las para as brincadeiras de rua.
Em tempo de férias, ia até Lisboa, até à praia. Era um mês, onde tudo era novo, as pessoas, os cheiros, as brincadeiras, os amigos. A ida à praia, o cheiro do mar, os amigos de verão, os passeios de barco no Tejo, ajudavam a carregar as "baterias" para mais um ano. dos novos amigos, ia sabendo as novidades pelas longas cartas escritas.
Num domingo de julho, fomos ver o desfile de mulheres com tabuleiros ornamentados de pão, espigas e flores, à cabeça, envergando bonitos trajes típicos. A partir desse dia, ficou o fascínio pela beleza das ruas ornamentadas de flores coloridas, o gosto pela montagem dos tabuleiros, a admiração pela Festa dos Tabuleiros.

A ida para o secundário, levou a que as brincadeiras de criança ficassem para trás, começavam as saídas à
noite, o dormir em casa de amigos, o querer ser tratada como gente adulta. A descoberta dos sítios magníficos da cidade de Tomar, como os passeios pela Mata dos Sete Montes, pelas muralhas do castelo, pelo Aqueduto dos Pegões.
Hoje penso em como a infância era gostosa! Com as suas brincadeiras e despreocupações. De olhos arregalados e corpo esticado, víamos as horas passar, sem nos preocuparmos com o tempo que perdíamos. Sinto saudades da minha velha infância.

Elisabete Costa
Encarregada de educação do aluno Tiago Antunes


As minhas raízes.

As minhas raízes vêm tanto do norte, como do centro de Portugal, Entroncamento hoje cidade, foi onde nasci, cresci e constitui família, tendo sempre por perto a cidade do Porto.
O nome Entroncamento deve-se ao encontro das linhas férreas do Norte e Beira Baixa, o que parecia ser mais uma aldeia do Ribatejo cresceu e deu lugar a uma cidade, muito se deve ao facto do caminho-de-ferro e aos quartéis militares que por cá se instalaram.
A minha mãe chegou ao Entroncamento vinda de uma cidade grande como é o Porto, com os seus pais e irmãos, uma família grande de sete filhos, à procura de novas oportunidades, como filha mais velha tinha a responsabilidade acrescida de trabalhar para ajudar e ainda tomar conta da casa e dos irmãos, tempos difíceis.
No Entroncamento conheceu o meu pai, filho da terra, onde o meu avô tinha negócio estabelecido, uma latoaria, podendo eu dizer com orgulho que no jardim Dr. José Pereira Caldas, mais conhecido pelo jardim da aranha, o ponto de atração, a aranha, foi feita pelo meu avô.
Os meus pais acabaram por optar pela cidade mais pequena e por aqui ficaram, nasci no seio de uma família feliz, com as dificuldades da época, mas que todas as conquistas tinham um sabor especial.
Lembro com saudade as noites de verão, criança sem preocupações, sentada na calçada com as minhas irmãs e os gaiatos da rua a beber refrescos de limão porque as noites eram demasiado quentes, para conseguirmos dormir, aguardávamos a brisa mais fresca da noite para regressarmos aos quartos para então embalarmos num sono profundo. Estas noites eram uma verdadeira delícia juntavam-se os vizinhos da rua, trocavam-se ideias, vivências e muita alegria brindada com muitas gargalhadas.
A entrada para escola trouxe outras responsabilidades, mas também novos amigos, a Srª professora que tinha por amiga a régua, sempre disposta a ajudar-nos nalguma desobediência que aos olhos dela parecesse, outros tempos e outros métodos.
As tão esperadas férias de verão tinham dois apogeus, primeiro comemorar o Sº João o segundo os 15 dias passados na praia. 


O Sº João era passado no Porto, onde nos juntávamos à família, muita brincadeira, era o alho-porro, os martelinhos, os apitos, as cascatas Sº Joaninas com direito a prémio, os cheiros da sardinha assada e das farturas que perdurava toda noite, onde um dos momentos altos era o fogo-de-artifício, uma noite que era brindada com o convívio entre centenas e centenas de pessoas todas com o mesmo propósito divertirem-se juntas.
Os dias de praia tinham como eleição a praia de Pedrogão, campismo era o que fazíamos, ainda hoje me questiono como é que conseguimos chegar sem perder nada pelo caminho, eram dias de conhecer crianças de outras cidades e fazer amizades que ficavam para a vida, ver os barcos a chegar da faina e ajudar a puxar as redes, experiências que não se esquecem.
Como qualquer menina sonhei com príncipes encantados, perdi conta aos malmequeres desfolhados e às noites de sono perdido.

Cresci com os valores, autonomia e confiança que me foi transmitida pelos meus pais, tomei aquelas que considerei ser as melhores opções, algumas vezes indo contra o que eles achavam ser o melhor para mim, mas mesmo assim com a convicção que estava certa, talvez hoje olhando para trás, considere que a vida é uma escola e nela os mais velhos são catedráticos, hoje como mãe tento transmitir os valores que me foram passados e que fazem de mim o que sou hoje.


Susana Lopes   
   Encarregada de educação da Laura Godinho   


Um jardim plantado no centro do Oceano Atlântico

 
Eu nasci na cidade do Funchal na linda ilha da Madeira.
ilha da Madeira é a principal ilha do arquipélago da Madeira, situado no oceano Atlântico, a sudoeste da costa portuguesa, anexado à União Europeia. Constitui, conjuntamente com Porto SantoIlhas Desertas e Ilhas Selvagens, o arquipélago da Madeira e a Região Autónoma da Madeira, que tem como capital a cidade do Funchal. A Ilha da Madeira possui origem vulcânica, 742,4 km², extensa flora exótica e o seu clima é subtropical. A economia é amplamente voltada para o turismo.
A Madeira tem um clima suave. Quase nunca está demasiado calor ou demasiado frio, com uma temperatura máxima média de 24º e mínima de 17ºC no Verão e ambas a baixar apenas 4ºC no Inverno. O Leste, um vento que vem de oriente do deserto do Sahara pode fazer subir a temperatura para a trintena de º C em alguns dias do ano.
Basta olhar para os luxuriantes verdes e para a abundância de fruta e flores para ver que aqui chove bastante: estamos afinal numa zona subtropical. Mas as altas montanhas da ilha significam que há aqui todo o tipo de microclimas. Poderá estar seco no Funchal (geralmente a zona mais ensolarada), e a chover torrencialmente a apenas alguns quilómetros a norte.
A ilha é muito montanhosa, com profundos vales incrustados entre os picos mais altos e falésias na maior extensão da costa, que totaliza cerca de 160 km de extensão. A altitude média é de 1371.6 m, sendo os pontos mais elevados o Pico Ruivo (1862 m) e o Pico das Torres (1853 m). As praias de areia fina são raras. O extremo leste, chamado Ponta de São Lourenço forma um cabo alongado e relativamente pouco elevado que se prolonga até dois ilhéus próximos. Na costa sul, a oeste do Funchal, situa-se o cabo Girão, uma das mais altas falésias do mundo.
A música folclórica na Madeira é promovida e usa, maioritariamente, instrumentos musicais locais tais como machete, rajão, brinquinho e cavaquinho que são usadas nas danças folclóricas tradicionais tal como o bailinho da Madeira.
A alimentação da ilha baseia-se nos costumes rurais, e em geral, quanto mais próxima se encontra dos métodos de confeção tradicionais mais saborosa se torna.
Embora os aperitivos sejam o ponto forte, os deliciosos Bolos do Caco – uma espécie de pães de trigo servidos quentes com manteiga de alho e salsa em feiras e festas populares – estão presentes nas ementas de todos os restaurantes. As lapas, muito apreciadas pelos locais, são outra das iguarias a provar no começo da refeição. São temperadas com muito alho, servidas acabadas de grelhar numa frigideira e acompanhadas com rodelas de limão.
A Sopa de Tomate e Cebola, enriquecida com um ovo escalfado. A Açorda é outra das sopas mais típicas, sendo preparada com grandes pedaços de pão, alho, azeite, segurelha e água bem quente – além do indispensável ovo escalfado.
Os pratos mais famosos da Madeira são a tradicional Espetada, a Carne de Vinho e Alhos, o Picado e os deliciosos grelhados (sobretudo de galinha, costeletas de porco e bifes). A Espetada é feita com cubos de lombo de vaca temperados com alho e sal, assados num espeto em fogo de lenha. A Carne de Vinho e Alhos é uma especialidade presente em todas as ocasiões, confecionada com pequenos pedaços de carne de porco marinados pelo menos durante um dia em molho de alho, vinagre de vinho e loureiro, no qual são depois fritos. Esta especialidade é feita principalmente na altura do Natal.
O popular Picado é servido numa travessa de diferentes dimensões, consoante o número de convivas. É confecionado com cubos de carne de vitela fritos em alho e, por vezes, pimentos, acompanhado com bastante molho e batatas fritas.
O Milho Frito – saborosos cubos de farinha de milho fritos – é um dos acompanhamentos mais típicos da Madeira, sendo geralmente servido com pratos de carne. No que respeita aos legumes, as ementas apresentam produtos da ilha, como cenouras, ervilhas, abobrinhas, pimpinela e feijão, em geral preparados de forma simples.
O peixe tem um lugar especial na culinária da Madeira devido à ancestral tradição pesqueira. O atum, o peixe-espada preto, o bacalhau, o gaiado (um peixe local que é confecionado como o bacalhau) e as potas estão presentes em muitas das mais famosas receitas da ilha. Por tradição, o atum costuma ser preparado numa marinada de azeite, alho, sal e orégãos antes de ser frito, e em geral é acompanhado de milho frito. Habitualmente, o peixe-espada é frito em cebolada e também apresentado com milho frito a acompanhar. Uma das receitas mais características é o Peixe-espada com Banana, que associa este peixe branco e macio ao sabor de um dos mais emblemáticos frutos tropicais. No entanto, as receitas de peixe-espada preto são muito variadas.
Toda a viagem pela ilha da Madeira deve passar pela sua capital, o Funchal. Um dia chega para conhecer e experimentar o que de melhor tem o Funchal, nomeadamente o teleférico do Monte, os carros de cesto, o mercado de lavradores, a zona histórica em torno da rua Santa Maria ou os jardins magníficos. O Funchal é o lugar ideal para começar a visitar na ilha da Madeira.
O magnífico Cabo Girão é o maior promontório natural em Portugal, com uma verticalidade de 589 m. Um miradouro recente, de fundo de vidro, permite contemplar agora ainda melhor as fajãs cultivadas na base do promontório. As vistas do miradouro estendem-se desde Câmara de Lobos até ao Funchal, com estas cidades voltadas para o Atlântico.
Com pouco mais de dois mil habitantes, Curral das Freiras é uma pequena povoação no coração das montanhas da Madeira. Outrora praticamente isolada num vale fechado, apenas acessível por uma estrada vertiginosa, hoje é possível transpor um túnel e alcançar a povoação facilmente. Vale a pena sentir a claustrofobia do local, mas também contemplar a povoação de alguns dos mais belos miradouros da Madeira, como é o caso do Miradouro do Paredão e do Miradouro da Eira do Serrado. Este é um dos lugares obrigatórios a visitar na ilha da Madeira
O Pico Areeiro, em dias de céu limpo, é um dos lugares mais bonitos da ilha. As rochas coloridas dos picos da ilha da Madeira estendem-se no horizonte e perdem-se de vista. Este é um dos lugares obrigatórios a visitar na ilha da Madeira. Para os mais aventureiros, há que fazer o trilho PR1 – Pico Areeiro – Pico Ruivo, mas para quem não tem tempo, ou não quer, aconselha-se que faça o início do percurso, até ao miradouro em balcão, a cerca de 1 km. Pelo caminho já irá desfrutar das vistas mais soberbas da ilha.


O Pico Ruivo é o ponto mais alto da ilha da Madeira, com 1861 m de altitude. Para ali chegar é necessário caminhar. Pode ir até à Achada do Teixeira, em Santana, e daí caminhar cerca de 1h30 (ida e volta) para chegar ao pico. Em dias de céu limpo as vistas são magníficas.
A Povoação de Porto Moniz cresceu à volta da ponta da ilha onde piscinas naturais, encurraladas nas rochas vulcânicas atraíam os veraneantes. Outrora completamente naturais, hoje há cada vez mais estruturas, como escadas, passadiços e várias infraestruturas de apoio aos turistas. Pode tomar banho nas piscinas naturais ou nas modernas, já arranjadas, mas a essência ainda está lá, nadar no meio das lavas solidificadas das erupções vulcânicas que formaram a ilha. Tudo com uma vista magnífica sobre o ilhéu Mole. Apesar de ser um lugar turístico, é um local a visitar na ilha da Madeira.
Nenhuma visita à Madeira fica completa sem percorrer algumas das suas levadas. As levadas constituem canais criados pelo homem para transportar a água da parte norte da ilha, onde a precipitação é maior, para a parte sul. Hoje muitas destas levadas, que aproveitam as curvas de nível, foram transformadas em percursos pedestres e estão sinalizadas. Há levadas difíceis e exigentes, mas há também levadas para os menos bem preparados. Uma das levadas mais fáceis de fazer, mais bonitas e mais curtas é a Levada dos Balcões (com apenas 1,5 km para cada lado). Para os mais bem preparados, a Levada das 25 Fontes ou a Levada do Caldeirão Verde são das mais belas. Os mais exigentes, podem seguir ainda a Levada do Caldeirão Verde para o Caldeirão do Inferno. Mas há muitas outras levadas para experimentar na Madeira.

Em resumo só visitando pessoalmente é que se pode sentir a beleza da ILHA DA MADEIRA, não existe palavra suficientes para descrever seus ENCANTOS. 

Estevão Alves
Encarregado de Educação da aluna Linda Lara Alves

A terra onde nasci
Vimioso, a terra onde nasci, mas cresci na cidade ferroviária do Entroncamento. Vimioso situa-se no planalto mirandês e faz parte da Terra Fria Transmontana que também inclui os concelhos de Miranda do Douro, Bragança e Vinhais.
É um concelho acidentado, atravessado por pelos vales profundos dos rios Angueira, Maçãs e Sabor.
Vimioso é um concelho agropecuário, dedicado à criação de gado bovino (raça mirandesa) e suíno e ao cultivo de cereais (centeio, cevada, milho e trigo).
Muito me divertia nas férias de Natal, Páscoa e Verão na casa de Vimioso dos meus pais e na casa da minha avó com os meus irmãos e os meus primos de França.
No Natal, a família juntava-se toda na casa da minha avó, fazia-se a matança do porco para na Páscoa ter as carnes, como presunto, chouriços para fazer os folares de carnes e os famosos fumeiros transmontanos.
Ia com a minha avó dar de comer às galinhas, porcos e vacas, adorava vê-la ordenhar as vacas e amassar a massa para fazer o pão, cozido em forno de lenha.
Ficava sempre ansiosa para que as férias começassem rápido, o pior de tudo era mesmo as viagens de carro que eram muito cansativas e desgastantes, mas quando chegava a casa da minha avó parecia que tudo passava.
Mas cresci na cidade rodoviária do Entroncamento, onde estudei, fiz a escola primária, ciclo e secundária.
Na infância brinquei muito na rua e percorria de bicicleta todo o Entroncamento até à Quinta da Cardiga, com os meus irmãos e os vizinhos amigos. Na adolescência comecei a minha vida social, conheci e fiz bons amigos e amigas, muitos seguiram os seus caminhos para outras zonas do país e do mundo, mas, apesar do afastamento, ainda temos contacto, juntamo-nos anualmente para fazermos o nosso jantar para comemorar a amizade.
Nesta cidade vivi a minha infância, adolescência e, atualmente, a vida adulta.
Maria Fernanda Padrão Martins
Encarregada de Educação do aluno Afonso Braga




A terra onde nasci


Nasci e cresci em Torres Novas. É uma cidade Maravilhosa!!!
Fui criada num lar de raparigas – Lar Dr. Carlos de Azevedo Mendes.
Em Torres Novas conheço o castelo, as piscinas, o rio Almonda e o Jardim das Rosas.
Quando chegavam as férias grandes ia para a aldeia do Pedrogão, encostada à Serra d’ Aire. Gosto muito de lá ir. Podia apanhar ar puro da serra, ver os pirilampos e brincar com os meus primos. Jogávamos às escondidas, à apanhada, à cabra cega, à ciranda, aos polícias e ladrões, à macaca e ao elástico.
No verão, eu e as outras meninas do lar íamos uma semana à Praia do Pedrogão, depois durante o dia íamos para a praia, ao final do dia íamos para uma casa que arrendavam, fazíamos a nossa higiene, jantávamos e, a seguir, íamos para a rua brincar mais um pouco.
No lar também fazíamos visitas de estudo; conhecemos o Zoomarine de Olhão, na zona da Fuzeta.
Agora já conheço mais outras coisas como a Praia da Nazaré, Paredes de Vitória; Vieira de Leiria; e não me posso esquecer que também conheço um pouco de Lisboa e de Leiria.
 Patrícia Bispo
Mãe do Diogo Fernandes